Aula Aberta aos pais: o que é/o que deve ser
Assunto controverso!
Este é daqueles assuntos para se andar à chapada. Em que não há certo nem errado (mas há sempre alguém que acha que há), em que há metodologias diferentes (mas alguém acha sempre que só a sua é válida).
Camafeus à parte, partilho convosco aquilo que para mim faz sentido ser uma aula aberta.
Ora bem, comecemos pelo fim, como eu gosto.
Os objectivos de uma aula aberta para mim são:
- Apresentação do trabalho desenvolvido aos encarregados de educação
- Ter um 1º momento de referência da aprendizagem do aluno em relação à apresentação de final de ano lectivo
- Trabalhar a ansiedade da exposição, através de uma apresentação a um público mais reduzido antes da apresentação em palco
Assim de repente para mim é isto. E acho que não há grande controvérsia aqui. O problema vem agora:
A Aula Aberta deve ser preparada/ensaiada
ou, como uma aula normal,
deve ser dada pela primeira vez nesse dia?
A Aula Aberta é uma coreografia ensaiada pelos alunos para aquele fim
ou
é uma aula normal para os pais?
A verdade é: já experimentei de tudo. Já dei uma aula pela primeira vez, já dei uma aula preparada com coreografia (dei a aula sem os pais e, previamente, pedi para nos últimos 10minutos assistirem à coreografia) e já ensaiei/treinei o mesmo conjunto de exercícios durante duas semanas (3 semanas no caso de aulas de 1x/semana).
O meu preferido? Este último. Porquê? Passo a enumerar prós e contras de cada um destes.
Prós | Contras | |
Opção 1: Não preparar a Aula Aberta | É verdadeiro. Corresponde ao verdadeiro sentido da expressão «AULA Aberta». Os pais vão observar os filhos em contexto de aula | O aluno não consegue mostrar o máximo da potencialidade do seu trabalho técnico, por estar preocupado com a memorização dos exercícios |
Supostamente mais tranquilo para o aluno. Argumento de “nada muda”, é uma aula como todas as outras | Não creio que o aluno esteja mais tranquilo. Sente-se observado, quer a aprovação dos pais. Observo a todo o momento que fica o dobro mais nervoso por não controlar nada naquela situação. Fica mais preocupado com «não ser capaz», do que propriamente em fazer os exercícios | |
Opção 2: Apenas material coreográfico (mini-espectáculo) | Ser um primeiro teste (antes do final do ano) à capacidade interpretativa e de concentração do aluno | Não revela uma grande parte da aprendizagem que adquiriu em sala de aula |
Ter mais que uma oportunidade de “se apresentar” aos pais enquanto intérprete | Muito pouco tempo de apresentação de trabalho de um período lectivo completo | |
O aluno tem mais controlo sobre a situação | O aluno está geralmente mais nervoso, em parte devido à proximidade física com o público | |
Opção 3: Preparar o mesmo conjunto de exercícios durante um período de tempo até à Aula Aberta | Não vejo contras :) Alguns professores argumentam de que preparar uma Aula Aberta faz com que deixe de ser isso mesmo: uma aula. O aluno não está a aprender no momento, está apenas a apresentar. * | O aluno está mais seguro e confiante |
Os pais têm uma noção mais abrangente dos conteúdos lecionados em aula | ||
O aluno treinou com objectivos técnicos específicos que tem agora todo o potencial para apresentar |
* Como vejo fundamento neste argumento, este ano experimentei uma coisa que acho que colmatou esta falha e que foi do ponto de vista pedagógico muito interessante. Durante mais ou menos um mês e meio, preparei as aulas para um exercício "Flash". Podem ver o que significa aqui.
Se quiserem saber qual é o meu plano geral de uma Aula Aberta de Dança Contemporânea, resumo aqui. Para o plano da AA de Dança Criativa aqui.
...Trocado por miúdos...
Fi-las passar pelo que todos passamos numa audição. :)
Se quiserem saber qual é o meu plano geral de uma Aula Aberta de Dança Contemporânea, resumo aqui. Para o plano da AA de Dança Criativa aqui.
Sintam-se à vontade para debaterem e contraporem a minha opinião à vontade. Novas opiniões são bem-vindas! Enjoy...!
LP
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