Na sensatez de quem de se perde

"Um Instante Só" de Laura Póvoa (Malaposta, Dezembro 2016)

Sempre que me sinto perdida, volto à base, volto à origem.

Este é um mote para tempos difíceis ou confusos que utilizo com frequência na vida, sempre que procuro resolver problemas persistentes para os quais não encontro solução rápida ou fácil, mas que utilizo da mesma forma, com ainda mais frequência, na dança. E em todos os parâmetros: a coreografar, a ensinar e a dançar. Sempre que me perco, sempre que não sei o que fazer, para onde ir, o que pensar ou "qual é o próximo passo?", faço as mesmas perguntas:


Basicamente obrigo-me a pensar no processo que me fez chegar ao problema desde a raíz e encontrar o verdadeiro "problema", ou seja, o obstáculo que eu não ultrapassei na altura e que me faz naquele momento estar "perdida" ou num beco sem saída.

E se às vezes este processo é feito só mentalmente e com alguma rapidez (de tamanho o hábito), outras vezes requer mais pesquisa, mais atenção ao pormenor, um envolvimento mais profundo em nós ou na técnica; na problemática ou na concepção.

Assim, é sempre reconfortante encontrar trabalhos como este. Bem fundamentados, escritos recentemente e por alguém jovem (o que me traz algum conforto), com cuidado e fundamento, aprofundados devidamente. Este site é de uma colega minha de faculdade, a Susana, da qual admiro bastante o trabalho e capacidade, principalmente intelectual.

E em tantos mais lugares poderíamos voltar à raíz. Às vezes basta uma paisagem ou um contacto com a Natureza. Às vezes um olhar meigo, outras a palavra certa. 

O texto certo. 
O movimento certo... 
Who can really say?

Estou louca? Sou só eu que me perco na arte? Na vida?

LP

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